Penso como a noite é bela
E o céu é morno.
Caio em mim como uma luva.
O medo me cabe como um novo suéter;
A coragem, como uma camiseta P,
Mal me serve.
Hoje grito
Coisa qualquer que se faça entender;
Que se faça assustar.
Da boca saem linhas, agulhas, panos.
E confecciono as palavras;
Entorpeço-as pelo sono.
Enjeto sonhos nas fibras de seus lenços costurados.
Sopro a vida em roupa de dizeres
Aos seus ouvidos
Pra que desçam pra dentro de seu peito -
E como se pudessem rir
De tudo o que se julgou,
Se forçam a recordar do embalo. E vão.
Vão.
Voam .
E c
a
e
m .
Olhando para o céu
Pela brecha da janela ,
Me sinto pronta.
Para dormir.
Não se pergunte o que acontece.
Faça acontecer por nós.
Iara Moura
Iara Moura