segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Devaneio

Flagrada, atônita,
em meio aos pensamentos  que voam pela órbita de meu sistema nervoso,
dei-me conta do quanto nada sei.
Pegando carona na próxima chuva,
o barulho latejante de cada gota
ensinaria, fatalmente,
a dor de ser o que é.
Sem fome alguma percebo que uma maçã cortada ao meio
vale mais que do pão uma meia fatia.
Você ao meio dia:
Meu almoço.
Mas claro; não me satisfaria.
Tenho sede de cor. Tenho sede de alma. 
Depois de provado o azul claro do céu, o êxtase vem quando se bebe 
o amor negro da tempestade.
Não há ânimo, nem cansaço,
só uma paralisia de sentidos 
durante um estado enigmático  
que já se perdurou por toda uma vida;
não há entendimento algum entre as contas de física
e meu raciocínio do universo.
Fisicamente sou mesmo assim;
magra a ponto de me descair por entre a brecha da porta e o chão,
e me libertar.
Alguém já percebeu o quanto há,
entre um ser gentil, viril,
de força humana,
e o luar?


Iara Moura

12 comentários:

  1. Belo texto..

    Dá pra pensar bastante ...

    ;)

    Bjos

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  2. putz, profundo d+++
    Faz pensar bastante.
    Você realmente é boa nisso Iara.

    "Curto d++ tuas linhas
    mesmo sendo diferentes e
    bem melhores que as minhas"
    hehehe

    Parabéns pelo belo poema, gostei muito.
    Continue escrevendo, abração do fã Ralph Lima!

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  3. Nossa menina, que liiindo!! *---*
    Adorei, de verdade!!!! =D


    Beeijos!

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  4. Adorei seu blog.Voltarei mais vezes, com certeza!
    Parabéns e obrigada pela visita!

    beijos

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  5. Gostei.
    Estimula os pensamentos...

    Muito bom de se ler...

    beijo

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  6. Amorinha,

    Gostei da forma cronológica e, ao mesmo tempo, descritiva como você conduziu seu poema.

    Beijos, bom feriado e ótima semana pra você.

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  7. A meiguice dos teus olhos
    Enternece a alma mais dura
    Sei-te em cada batida de coração
    Na verdade da água pura

    A verdade da terra
    De verdadeira verdade se veste a tua alma nua
    O mundo conhece teus passos
    O teu destino impresso nas pedras de uma rua

    Mágico beijo

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  8. Corre assombração
    Vai para outro mundo numa toada de vento
    Afasta de mim este cálice
    Deixa-me aprisionar a morte na vida por um momento

    Deixa-me sentir com a alegria dos sentidos
    Deixa-me acreditar no voo do por-do-sol
    Deixa-me beijar as águas de um lago feliz
    Deixa-me navegar sem rumo, perder o control


    Bom domingo


    Mágico beijo

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  9. Parei na viagem de rumo e estrelas
    Sentei-me à beira de uma lagoa sussurrante
    Um Milhafre fitou-me zombeteiro
    Hesitei na procura do adiante

    Na ilha há sempre uma criatura em vigília
    Há sempre um feiticeiro vento
    Há sempre uma flor que a alma seduz
    Há sempre no acontece um mágico momento


    Bom domingo


    Doce beijo

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